terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mara Gabrilli realiza Seminário de Saúde e Reabilitação:


Neste sábado (7/8), Mara Gabrilli realizou o Seminário Saúde e Reabilitação: bem estar físico e social no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. O objetivo do evento foi discutir a questão da saúde da pessoa com deficiência sob três eixos: Qualidade de Vida, Saúde Pública e Doenças Neurodegenerativas. Evento reuniu cerca de 200 pessoas e contou com a presença de profissionais e entidades das áreas de Saúde e Reabilitação.

Mara participou da primeira mesa do evento e destacou a atenção que vem sendo dada às pessoas com deficiência auditiva.A vereadora falou sobre os núcleos integrados de saúde auditiva e lembrou que o investimento na saúde da pessoa com deficiência é o primeiro passo para dar oportunidades para que estas pessoas exerçam seus direitos e deveres de forma plena. “Sem saúde ninguém pode exercer cidadania. Mesmo estando paralisada sou uma pessoa saúdavel e consigo trabalhar e ter uma vida normal. Isso só é possível porque tenho acesso a uma série de serviços e cuidados que me permitem ter uma vida digna. A proposta deste seminário é discutir este processo de inclusão, que deve começar pelo acesso a saúde”, disse Mara.

A Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Batistella, abriu o evento e destacou os programas de saúde criados pela gestão de José Serra tanto na Prefeitura, quanto no Governo do Estado de São Paulo. Segundo ela, nunca se investiu tanto em programas de saúde voltados para as pessoas com deficiência. Como exemplos do trabalho realizado pelo governo paulista, Linamara destacou os programas de reabilitação auditiva, responsáveis pela realização de implantes cocleares pelo Sitema Único de Sáude, além da preocupação com a saúde da pessoa com deficiência intelectual, com a criação de um calendário de vacinação específico para pessoas com Síndrome de Down. A Secretária também citou o investimento de R$ 4 milhões destinados a criação de um Centro de Treinamento de Cão Guia.

O trabalho da Rede Lucy Montoro também foi exaltado pela Secretária. O serviço que conta com a parceria de importantes instituições, como a Faculdade de Medicina da USP e o Hospital das Clínicas de São Paulo foi criado por meio do Governo do Estado de São Paulo, das Secretarias de Saúde e dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O objetivo é atender pessoas com deficiência física ou doenças potencialmente incapacitantes. A cidade de São Paulo já conta com o atendimento da Rede Lucy Montoro no Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e no Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, localizado no Morumbi. A previsão é de que a Rede esteja em pleno funcionamento até o final de 2010 e que sua capacidade seja de 120.000 atendimentos mensais. Atualmente, o serviço realiza cerca de 120 mil atendimentos ao mês. “Esta é uma marca da gestão Serra, que priorizou o atendimento à pessoa com deficiência, respeitando as particularidades e necessidades de cada público. Tenho certeza que com o apoio de pessoas como a Mara Gabrilli vamos conquistar outras vitórias”, afirmou Linamara.

Isac João de Souza, coordenador do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e um dos pacientes da Rede Lucy Montoro, afirma que o serviço deveria ser ampliado para outras regiões. “Acho este tipo de serviço muito importante. Torcemos para que ele cresça cada vez mais. Já conseguimos órteses, próteses e cadeiras de rodas. Eu, por exemplo, consegui a minha cadeira de rodas lá”, destacou.

Sandra Vieira, assessora técnica da Secretaria Municipal da Saúde especializada no atendimento a pessoa com deficiência falou da importância das redes de reabilitação municipal. Ela afirmou que a cidade de São Paulo conta com 33 Núcleos Integrados de Reabilitação (NIRs). Segundo ela, a ampliação do serviço se deve a Lei 14.671/08 de autoria da vereadora Mara Gabrilli, que criou o Programa Municipal de Reabilitação da Pessoa com Deficiência Física e Auditiva. “Houve uma melhora significativa no fluxo de atendimentos. Só para se ter uma ideia, de 2005 a 2009, o número de próteses fornecidas pelo serviço aumentou de 154 para 2058”, afirmou.

Edilene Bezerra da Silva tem 34 anos, cadeirante há 16, acha que os serviços de saúde melhoraram consideravelmente nos últimos cinco anos. Segundo ela, um evento como esse é necessário para conscientizar as pessoas. “É muito bom saber das novidades na área da saúde, do que tem avançado para melhorar a vida de quem precisa. Nós precisamos entender mais sobre a nossa situação e novas formas de conviver com os diversos tipos de deficiência. Agora as pessoas estão dando mais atenção para a gente. Você vê que tem mais acessibilidade”, declarou.

Segundo Ester Tarandach, integrante da Associação Para o Desenvolvimento, Educação e Recuperação do Excepecional (ADERE), as pessoas com deficiência precisam de desafios para superar as dificuldades impostas por sua condição física, sensorial ou intelectual. “É preciso inserir estas pessoas em atividades em grupo, como oficinas culturais e atividades esportivas. A convivência em grupo faz com que elas adquiram disciplina, comprometimento com as obrigações e com elas mesmas”, disse. Ester também destacou a importância dos cuidados que devem ser tomados quando pessoas com deficiência intelectual chegam a 3ª Idade. “ Estas pessoas passam por dificuldades no dia-a- dia para realizar tarefas cotidianas, como realizar a higiene pessoal, além disso elas têm maior tendência a obesidade, hipertensão, problemas de visão e audição, circulação periférica e doenças na próstata. É preciso comprender que elas precisam de uma atenção especial”, lembrou.

Para discutir as doenças neurodegenerativas, a Diretora Clínica da Associação Brasileira de Distrofia Muscular (ABDIM), Ana Láucia Langer, abordou a importância dos cuidados respiratórios em pacientes com doenças neuromusculares. Ela falou da importância do BIPAP, aparelho que tem capacidade de gerar um fluxo de ar para os pacientes, e o Cough Assist, um dispositivo de insuflação-exuflação mecânica que simula a tosse natural. Os aparelhos são utilizados por pessoas com doenças neuromusculares, responsáveis pela fraqueza muscular e comprometimento do sistema respiratório.

Em setembro de 2001, após movimento entre afetados e familiares de pacientes com distrofia muscular, foi promulgada a portaria 1531 pelo então Ministro José Serra. A medida prevê que todas as pessoas com distrofia muscular sejam cadastradas e recebam acompanhamento domiciliar quando necessitarem do BIPAP. “Infelizmente, apenas os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Ceará vêm cumprindo a portaria”, disse Ana Lúcia Langer.

No caso do estado cearense, o cumprimento da portaria se dá pela luta de Fátima Braga, presidente-fundadora da Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal (ABRAME) naquele estado, ONG responsável pelo projeto “Quando a UTI é no Lar”, que presta atendimento domiciliar a doentes neuromusculares. A presença de Fátima na mesa foi muito sentida por Mara e os palestrantes. Ela que tem um filho com Amiotrofia Espinhal não pode comparer ao Seminário.

Ana Lucia Langer também lembrou que até julho de 2008, antes da portaria 1531 ser substituída pela 1370, só os pacientes com distrofia podiam ter acessso ao aparelho de ventilação BIPAP. Hoje, todos os pacientes com doenças neuromusculares devem ter acesso ao recurso, no entanto a situação ainda é complicada. “Falta conhecimento sobre os recursos de ventilação não invasivos. É preciso divulgar a prática e criar centros de referência para a população que precisa do serviço”, disse.

Para finalizar a mesa de discussão, o médico neurologista Acary Souza Bulle Oliveira, professor de Neurologia na Universidade Federal de São Paulo, membro titular e secretário-geral da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), emocionou os presentes ao discutir o tema com um olhar humano. “Não temos que discutir a cura de paralisias, temos que debater a busca por saúde, qualidade de vida. Tenho pacientes que se comunicam apenas pelo piscar dos olhos. Eles esbanjam felicidade. Para mim, isso é vida e vale a pena ser dicutido. Taí um bom tema: Como ampliar o tempo de vida de pessoas, que apesar das adversidades querem viver”, disse o médico.

Acary, que também é fundador da Associação Brasileira de Esclerose Amiotrófica (ABRELA) é um dos poucos profissionais do Brasil reconhecidos na área, ele convive diariamente com afetados por doenças neurodegenerativas. Segundo ele, garantir a qualidade de vida destas pessoas requer um trabalho que vai além da atuação médica e inclui outras esferas de trabalho “Há outras áreas que devem trabalhar em conjunto com a medicina, como a jurídica, a política e a da própria mídia que tem o papel de informar”, disse.
No final de sua palestra, Acary pediu para que todos prestassem uma salva de palmas para a vereadora Mara Gabrilli. Segundo o médico, a vereadora paulistana é a síntese da superação e da busca pelos direitos da pessoa com deficiência. “ Mara está mudando a reliadade de várias pessoas com deficiência da nossa cidade. Ela mudou o cenário de São Paulo e vai fazer isso no Brasil. Tenho certeza que ela vai fazer a diferença no nosso país”, finalizou o médico.

Fonte Site Vereadora Mara Gabrilli: http://www.vereadoramaragabrilli.com.br/


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