16/05/2011 - Cláudia Grabois.
De escolher os governantes ao poder do controle social, somos
nós, ativistas da sociedade civil, que no cômputo geral comandamos em
todas as áreas e setores. De governados a governantes, misturamos
tecnologia, comunicação e prática para construir, transformar e promover
justiça.
Trabalhamos com passos firmes e fortes, procuramos caminhos, e,
entre erros e acertos, avançamos por estradas ainda sem acessibilidade,
mas em obras que a sociedade civil com seu poder maior exigiu que
fossem feitas. Nossas estradas de degraus e pedras que ainda levam a
escolas excludentes e a espaços segregadores.
Por falar em estrada, cabe a cada um tirar as pedras e quebrar os
degraus para que rampas sejam construídas, para que os espaços sejam
disponibilizados e ruas sejam pavimentadas. Por falar em estradas, as
pedras que lá se encontram representam os que se omitem e assim permitem
que seres humanos sigam trancafiados em espaços invisíveis e sem
chaves, onde a regra é a manuntenção do atual status quo. Sobre
as escolas, o que dizer diante da vergonha de alunos com paralisia
cerebral alijados da sociedade, e, em relação a isso, penso, pensem,
pensem... por que também precisamos agir.
Somos a sociedade permissiva, amantes da democracia, que na união dos
pontinhos nem sempre relaciona a tortura de ontem a de hoje e, por isso
mesmo, ao não se mobilizar, releva e se omite diante de crimes
lesa-humanidade.
Somos a sociedade permissiva que muitas vezes se cala diante de
violações dos direitos humanos, da violência contra a mulher, da
prostituição infantil, do trabalho escravo, da falta de segurança
alimentar, dos inúmeras assassinatos de jovens negros, dos crimes
cometidos na ditadura, da discriminação por orientação sexual, da
intolerância religiosa, da discriminação de 25.000.000 de pessoas com
deficiência, e diante de tantas outras coisas.
Avançamos, mas não o bastante, e não são suficientes ações de governo
sem controle social efetivo. Se manifestam alguns ou mesmo muitos, mas
precisamos mesmo de tod@s, e que se manifestem nas diversas formas de
mobilização e comunicação.
Se a vida é breve e é mutirão, nada mais belo do que viver a cada dia
tendo no outro espelho, e, nas auto críticas diárias, ter a certeza de
que podemos e que mudar é possível e necessário. Mudar, transformar a si
mesmo e levar o mundo junto para esse caminho sem volta e sem fim, de
indignação diante das injustiças, de construção, reestruturação e
direito inerente à vida, que exige mudança de paradigma, e, sobretudo,
vontade, esperança e fé na humanidade.
Por que tudo depende da semente plantada, dos sonhos e projetos, do
cultivo de gente que não se cala, não se vende e não se rende. Avançamos
e muito, mas é preciso mais e mais, é preciso fazer acontecer em
mutirão, conscientizar “gentes” de todas as cores e cantos, é preciso
seguir em frente, com vontade, certeza e coragem de fazer acontecer.
Colaborar, cobrar e exigir do poder público com a crença inquestionável
de que junt@s podemos tudo, podemos tanto quanto fizermos. A garantia
dos direitos humanos depende de cada um de nós!
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